terça-feira, 16 de novembro de 2010

Ficam me dizendo que pra chegar lá, a gente tem mesmo que passar por tudo isso, que tem que sofrer, chorar e doer, pra depois ver tudo se encaixar como peças perfeitas, feitas pra acertar a sincronia. Mas sabe, eu não tenho mais quinze. Os meus quase trinta agora são muitos e eu cansei de achar que tudo tem saída.
Um texto vago, misturado, raso e meio cretino, já que não faz sentido pra ninguém, além de mim! Vai ver é porque é isto, exatamente assim que eu estou agora: vaga, bagunçada, rasa e sim, um pouco cretina. Conviver demais com gente que não nos acrescenta nada faz isso com a gente, porque no mundo real o sonhador é pisoteado em dois minutos.
Talvez eu devesse mesmo ter ido estudar letras e artes cênicas, viver de amor lírico, ter uma vida mais modesta e feliz. Mas como qualquer menina idiota de quinze anos eu me achava muito inteligente e especial para me contentar com o riso. Eu queria o sonho. Resultado? Agora que aguente passar pelo inferno. Mas no meio da bagunça e das indagações de ser ou não ser depois que eu, de fato, já sou, uma coisa é certa: se eu tivesse quinze denovo, provavelmente faria tudo igual e escolheria a selva do que o sonho, porque no fundo, eu também quero gozar lá de cima na cabeça de todo mundo que pisou na minha, pra hoje já estar lá.