sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sempre gostei muito de escrever. Já mantive diários, que nos meus 10 anos eram perfumados e coloridos , graças as canetas Bic cheirosas, febre nos anos 90. Eram rabiscados com corações e iniciais, que entregavam o primeiro amor. Lembro do pequeno cadeado e da chave sempre pendurada no pescoço, chave esta que guardava os doces e mágicos segredos infantis. Pouca coisa que eu já tenha passado e vivido me escapa da memória. Muito pouco mesmo. Acontece que se quiser relembrar, dar umas boas risadas da velha Dani ou até mesmo perceber como hoje, problemas passados parecem tão bobos, basta que os pegue no armário, dentro de uma grande caixa, talvez um dos meus maiores tesouros. Até os 20 anos, consegui registrar cada dia especial, cada saudade, cada lágrima, cada sonho, cada nova paixão avassaladora da adolescência, nas linhas de um diário amigo. Então, assim do nada mesmo, parei. São 10 anos sem registros documentados em seus detalhes, salvos apenas aqui comigo. Sei lá, se algum dia algum bom samaritano se propusesse a me entender mais a fundo, teria que recorrer a péssima memória dessa pessoa que vos escreve. Sabe aqueles ciclos que se encerram, geralmente virando nossa vida de pernas pro ar, para então encararmos uma nova jornada? 2007 foi O ANO. Daí voltei a escrever, só que agora não mais como nos tempos passados, com todo aquele gás ou seguindo o cronograma do tempo, mas sim misturando velhas lembranças, trocando experiências ou simplesmente desabafando. O que mais me motivava era isso: botar para fora. Foi muito bom voltar a escrever. Agora pergunto: como pode, no calor do entusiasmo, escrevermos tanto? Sempre com idéias fresquinhas e lembranças pipocando na cabeça e, de repente, cadê a inspiração? Admiro muito quem consegue manter um blog diário, quase que religiosamente. Falta de tempo nunca foi meu problema. Até por que se olhar para trás, há quase um 2 que o Faça uma Lista existe e minha rotina vida x trabalho não mudou muito. O que mudou, e sempre muda desde que fui ficando mais velha, é o quesito empolgação. Não sei vocês, mas comigo basta só passar a maré da novidade e já baixa aquela preguiça, uma desmotivação. Encaro isso com naturalidade, já que não dá para ser 100% o tempo todo. As vezes, mesmo sem querer, acabo dando uma puxada no freio de mão. No blog ia empurrando com a barriga, deixando sempre para depois, isso quando não recorria aquele texto “enche linguiça”, que encontrei sabe-se lá onde, apenas para não dizer que mais um dia passou em branco. Acho que essa fase de dar uma brecada baixou por aqui... Até tenho bastante coisa para contar. Se tem uma coisa que não posso é me queixar da vida. Mas e agora, José? Como já dizia vovó: Ando com uma vontade de estar em mil lugares ao mesmo tempo e ficar na frente do computador está bem no final da lista. Quem já passou por aqui, já conheceu um bocado da minha história, através dos meus relatos, portanto digo: isso é muito bom. Tem um mundão lá fora esperando por mim.